quinta-feira, 19 de julho de 2012

Figura Louca


Figura louca


Amor, vê que figura louca
Vestida com essa roupa
Pensando em você
Amor, vê que figura rouca
Cantando com essa boca
Lembrando você
Quanta roupa assim, não, não
Desabotoa, tanta coisa à toa...


Oswaldo Montenegro








O Sexo Dos Anjos


 O Sexo Dos Anjos



O sexo dos anjos 'inda não foi descoberto
A água do deserto nunca quis se revelar
A vida se revela quando o olho tá aberto
A vida nunca pede permissão para passar
A borboleta azul na sua perna (atrevimento!)
Achou que era um vale e nunca mais tentou voar
Careca de peruca não resiste a pé de vento
A chuva nunca pede permissão para molhar
É que a chuva nunca pede permissão para molhar
O sexo do poeta com a palavra vai dar certo
A língua portuguesa já é moça pra 'casá'
E logo a tua boca grande vai chegando perto
O desejo nunca pede permissão para cutucar
Se essa velocidade causa descarrilamento
Não bota o pé no freio que é pro trem não capotar
Não vale fazer gol se o cara tava em empedimento
O dia nunca pede permissão pra te acordar
É que o dia nunca pede permissão pra te acordar
O rio sinuoso vai transando com a campina
Cavalo só tem crina pra você poder pegar
O cheiro do molhado já inundou tua narina
O beija-flor não pede permissão pra beijar
Roqueiro quarentão aposentou seu instrumento
Falou: "eu não agüento mais ser jovem, vou parar"
E a natureza doida pra tecer mais um momento
Criou mais uma concha jogou na beira do mar
É que a vida nunca pede permissão para passar
Eu conheci um inglês que namorava Madalena
E a flauta da pequena resolveu desafiar
Ficou meio maluco meio rádio sem antena
Deu um beijo na morena, resolveram se casar
E o branquela se casou com a mulata do nordeste
Inglês cabra da peste, Liverpool no Ceará
Tiveram quatro filhos: Paulo, Antão, Zico e Celeste
A flauta nunca pede permissão 'pra' pontear
Oswaldo Montenegro








E de Agora Em Diante



 E de Agora Em Diante


E de agora em diante teria sido decretado o amor sem problemas
E seriam vitrines nos olhos, e as almas vagariam sem medo
E de agora em diante seria pra sempre o que pra sempre acabara
E seria tão puro o desejo dos homens,
Que dionisio enlaçaria a virgem com braços enternecidos
E aplaudiríamos, calmos e frenéticos como um são francisco febril
E de agora em diante pra trás não haveria
Não mais a virtude dos fortes, mas o mérito dos suaves
O homem feminino e a mulher guerreira
O amor comunitário, sem ciúmes.
Dariam as mãos as moças que amo e brincariam de roda em volta de minha preferida
E um artesão criança esculpiria flores nos cabelos e um sorriso sincero no rosto
E de agora em diante mahatma ghandi tava vivo pra sempre e jesus era hippie,
Beethoven era roqueiro e lenon era como nós
E se não desse certo, de agora em diante, ao menos teríamos tentando.





Guerreiros das Sombras

  Guerreiros das Sombras




Frases escritas com sangue na nossa memória
Guerreiros das sombras
Nossa canção escudeira rompendo castelos em meio à batalha
Nobres varões escoltando a riqueza tomada do cofre do rei vilão
Doces donzelas esperam o terno momento do encontro primeiro
Gritam arautos no cantos cantando a chegada do primeiro dia
Todo barulho aumenta
Tambores inflamam o grito sonhado
Festa por todo o reino na vinha distante é colhida a semente
Brilho de um sol ardente ilumina a estrada que leva à conquista










Não Há Segredo Nenhum


Não Há Segredo Nenhum


Apaga a dor, já passou
Abre a janela feliz
Olha que o vento soprou
Bem mais cor do que você quis
Canta o que nunca cantou
Foi teu irmão que pediu
Tudo o que sempre sonhou
Tava perto e você não viu
A vida é bola de gás
Segura a corda com a mão
Tudo o que o vento não traz
Ta guardado em seu coração
A estrada sempre tem luz
O amor tem sempre razão
Quando a alegria conduz
Não importa qual direção
Lembra da flauta que ouviu
Vai te ensinar a dançar
Pensa que quem já partiu
Ta voando e vai te encontrar
Todo o milagre é comum
Todo poder é fugaz
Não há segredo nenhum
E o teu sonho, a mão do amor traz



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Aquela Coisa Toda




Olhe bem nos meus olhos
Olhe bem prá você
O fato é que a gente perdeu toda aquela magia
A porta dos meus quinze anos não tem mais segredos
E velha, tão velha ficou nossa fotografia
Olhe bem nos meus olhos
Olhe bem prá você
A quem é que a gente engana com a nossa loucura
De certo que a gente perdeu a noção do limite
E atrás tem alguém que virá, que virá, que virá, que virá, que virá
Oswaldo Montenegro