quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Clareza


 Clareza

Uma lua havia.
Quando as estrelas beijavam o céu.
Uma lua havia.
Quando, para todos, eu tirava o chapéu.
Uma lua havia.
Havia, hoje não há mais.

 Genildo Mota Nunes

Objetivo


 Objetivo

Nos confins do Universo,
Mora uma alma encarnada.
Dentro dess'alma um verso,
Dentro do verso uma estrada...
Nos confins dessa estrada,
Mora algo pequenino.
Dentro do algo, uma escada.
E, na escada, o destino.

Genildo Mota Nunes

Flores


 Flores

 Não quero que a vida
Me pegue na estrada
Qual folha caída,
Perdida no vento.
Nem quero que o tempo
A correr lá fora
Nas asas da tarde
Me faça partir.
Há um desejo estranho
De sonho e de luzes
Nos olhos da face
De quem quer viver.
E a flor despetala
Nas mãos de quem perde
Por força dos fatos
A vez de sorrir.
Por isso é que tento
Compondo meus versos
Ouvir nos espaços
As vozes do ser...
Vagar pelas tardes
E pelos canteiros
No pólen das almas
Que podem sentir.

 Genildo Mota Nunes

Teus Olhos


Teus Olhos

Ó doce amada e tão linda,
São teus olhos duas luas,
Desejos das minhas ruas,
Ruas do meu triste amar!
Quem me dera, cedo ainda,
Minhas noites fossem tuas,
Fossem tuas minhas ruas
Tão carentes de luar!

Genildo Mota Nunes

Tristeza


 Tristeza

 Pergunta à noite
Pelos segredos,
Pelos teus medos
(Onde estarão?)
Pela fragrância
Das boas horas...
Pelos amores
Que nascerão.
Pergunta à noite
Por ti, por mim,
Se já viu fim
Numa emoção.
Pergunta a ela
Pela poesia
De todo dia
Sermos paixão!
Ela dirá,
Tenho certeza,
Numa tristeza
De escuridão,
Que neste mundo
Nada é eterno
Se após o inverno
Volta o verão.

Genildo Mota Nunes