segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Olhos de Picasso


Olhos de Picasso

Vejo com meus olhos de Picasso
através de um quadro
o descompasso do teu perfeccionismo
Riscos e rabiscos
te desenham na tela nua
Vitrine que reflete teu descaso
Te olho e te vejo em outros braços
Fico a te espiar nesta janela
chorando com meus olhos de Picasso

 Sandro Kretus

Almas gêmeas


Almas gêmeas

Amo-te tanto, que para descrever tal sentimento
Sou capaz de traduzir a palavra mais bela que existe
Só para ficar gravado por um único momento
Dentro do teu coração como um pavão que se exibe

E qual palavra seria mais bonita que a palavra dos anjos?
Pois lhe digo, amada minha, não há palavra mais bonita
Veja aqui tudo que restou ao longo desses anos
Quando traçamos nossos destinos em um único encontro

Somos um do outro, isto é um fato consumado
E mesmo se não tivéssemos nos encontrado neste tempo
Em um outro mundo, em outra vida, teríamos nosso momento

Somo duas almas que se encontram casualmente, eternamente
Somos duas estrelas que dançam em volta do sol, infinitamente
Difícil é quando não te encontro, e se encontro, não te vejo

 Sandro Kretus

Algo de Arte, Algo de Mim


Algo de Arte, Algo de Mim

Mesmo distante, o som errante do relógio da matriz...
Entoa despertando esperanças do menino que fui aprendiz.
Feitiços que minhas mãos teimam em rabiscar corem...
O passeio para uma manhã de sol maior que meus olhos.

Acreditar na arte que a arte desabona a saudade e a morte
Que a tudo soterra em silêncio e lamento.
Recriar o mundo ou o próprio absurdo das trevas do mundo,
Relevando a natureza mundana ao perdão elevado do esquecimento.

Versos ateus, sonhos de adeus, destino inocente e triste.
Procurar no vento as palavras do abismo e os sentidos da pele,
Triste fugindo indeciso dos próprios passos tão reles.

 Miguel S. Zanirato

De Tudo Distante Pra Sempre De Mim


De Tudo Distante Pra Sempre De Mim

Parcos passos. Fugir de mim para sempre fuga se todos...
Fugindo de tudo para sempre fugir mesmo de mim.
Que estradas são estas, hospedagens para meus sonhos?
Que miragens são aquelas, caminhos para meus olhos?

O além de mim, verso e reverso ou alento de tudo!
Lento em todos para sempre espelhos mesmos de mim.
Saudade. Porque o vento que bate, não te abate?
Saudade. Porque o tempo que desmorona, não te derruba?

Lembranças de mim, alheio e distinto de todos! Teu corpo...
De tudo distante para sempre de mim, uma idealização perdida.
Clave de Sol: Saber criar a estética do teu material, o meu riso alheio.
Quanto a mim, estilo somente? Não! Teu mero esquecimento.

 Miguel S. Zanirato

Homens de Pedra


Homens de Pedra

Estranho mundo deste ser feito do chão
Caminhando no asfalto, viajando nos foguetes
Atravessando o sideral espaço,
Enfrentando a imensidão.

Homem de pó, a quem o poder divino deu direito,
Brilha mais que ouro puro e refinado.
Por todas suas conquistas e seus feitos,
Acima da bestas e feras está seu reinado.

Sua ciência elimina as barreiras da atmosfera.
Mas que pena, depois de tudo isto a realidade
Sozinho e com medo se encontra frente à maldade,
Triste e amargurado a vaguear pela terra.

Prá que tanto orgulho entre próprios irmãos
Feitos por Deus para sua glória eterna,
Se ao partir deste mundo para o além
O corpo será submerso, engolido pela terra.

Espero que a pobre criatura se acorde
Prá viver na harmonia que do céu emana
E que o amor seja constante e forte
E o coração tão pequeno seja mais humano.

Josias Souza

Folhas verdes


 Folhas verdes

 Vejo o céu e o jardim “ser parecido”.
Vejo em seus olhos o sol ser duplicado.
Há passarinhos cantando a maravilha.
E pessegueiros em cor serem semeados.

O ar em fresco Adônis enamora.
O Ipê – quão – tão lindo faz-me rir.
É primavera imprimindo a cor pisada.
A Terra inteira em coração se faz abrir.

A cinza. O pó. A sombra. O nada.
Minha vida são flores derretidas.
Magia? É a neve desfolhada.
Inverno: sonho em despedida.

Oh! Povo! Escute as sonoras aves.
Sinta a Terra a primavera agradecer.
É natureza implorando a “deus”, ao Céu
Para a vida aqui na Terra acontecer.

 Rosi Cheque