sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Perfume



Perfume


Envelhecido resta no frasco fosco
Restos amilcarados de teu perfume
A contrastar com as frias paredes
Trágico cenário,alma presa na rede


Sentimentos emaranhados no mofo
Atolados na insana areia movediça
Onde os dias teimosos os arrastam
Saudade plangente que a dor atiça


Sonhos inúteis expostos no presente
Insuportável solidão do amor ausente
Cachoeiras de pranto banham os dias
Neste empurrar a vida entre a agonia


Perfumados desejos florescem alheios
Aplacados pela realidade que o levou
Reviver diário das muitas lembranças
Passagem obrigatória das esperanças.


No aroma do ontem mora a saudade
Na angústia do hoje pobre realidade
Onde na morte diária do ágil tempo
Flutua a alma no infindável tormento.

Ana Stoppa

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