quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Clamo



Clamo

Levantei-me como um atleta, levei-o como um acrobata, como se levam os candidatos ao comício, como nas aldeias se toca a rebate nos dias de incêndio. Clamava: “Aqui está, aqui! Tomai-o!” Quando este corpanzil se punha a uivar, as donas disparando pelo pó, pelo barro ou pela neve, como um foguete fugiam de mim. - “Para nós, algo um tanto menor, algo assim como um tango...” Não posso levá-lo e carrego meu fardo. Quero arremessá-lo fora e sei, não o farei. Os arcos de minhas costelas não resistem. Sob a pressão range a caixa torácica.

 Vladimir Maiakovski

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