quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A propósito disto


 A propósito disto

A Fé Distendei vossa espera o quanto quiserdes - tão clara, duma clareza tão alucinante é minha visão que, dir-se-ia, bastava o tempo de liquidar esta rima, para, grimpando ao longo do verso, entrar numa vida maravilhosa. Eu não preciso indagar o que e como. Vejo-o,nítido, até os último detalhes, no ar, camada sobre camada, como pedra sobre pedra. Vejo erguer-se, fulgurando no pináculo dos séculos, isento de podridões ou poeiras, o laboratório das ressurreições humanas. Eis o calmo químico, a vasta fronte franzida em meio à experiência . Num livro, “Toda a Terra”, procura ele um nome. “O Século Vinte...vejamos, a quem ressuscitar? A Maiakóvski talvez... Não, busquemos matéria mais interessante! Não era bastante belo esse poeta”. Será então minha vez de gritar daqui mesmo, desta página de hoje: “Pára, não folheies mais! É a mim que deves ressuscitar!”

 Vladimir Maiakovski

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